Páginas

segunda-feira, 9 de julho de 2018

A educação de gênero nas avaliações de um Projeto Pedagógico


Apresentação da temática

            O tema deste trabalho final para o curso de extensão Planejamento e Gestão Educacional da Escola Pública, oferecido pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, são as raras menções às relações de gênero no Projeto Pedagógico (PP) da E.M.E.F. Paulo Osório[1], cujas tramas de presença/ausência no texto parecem estar condicionadas pelas avaliações externas. Visto isto, consideramos a seguinte hipótese (sem condições de ser respondida adequadamente apenas com o uso do PP) a partir de Freitas (2007), Hofling (2001), Jara (2016) e Oliveira et al. (2017): as avaliações externas voltadas a resultados prestigiam algumas disciplinas escolares em comparação com outras igualmente importantes para a construção de uma educação de qualidade nas escolas, cujas consequências são o aumento de algumas desigualdades sociais e, consequentemente, diminuição da qualidade na educação de uma Unidade Escolar. A hipótese pode ser modificada para apreender as desigualdades de gênero, e é isto que pretendemos desenvolver ao longo do texto, motivo pelo qual acrescentamos uma breve bibliografia sobre este tema – Caballero (2018), Moreno (1999), Louro (2012), Rosemberg (2001) e Varikas (2016).

Diálogos

            Um Estado de Bem-Estar Social, explica Hofling (2001), dedica-se a fornecer serviços públicos a sua população, como educação. Este tipo de Estado está obrigado a fazê-lo dado o caráter jurídico que a educação assume neste contexto, sendo as políticas o próximo passo para assegurar este direito dos cidadãos sob seus cuidados. Para tanto, o Estado ao fazer uso de políticas requer agentes para implementá-las, os quais serão tomados por representantes do Estado, devendo seus cargos e funções estarem associados a um código jurídico-legal, a uma agenda política de governo e diretrizes para implementação dessas políticas, vistas aqui especificamente como políticas educacionais.
            O foco privilegiado das políticas educacionais recai sobre as escolas, nas quais queremos destacar o gestor escolar como este articulador, mediador e tradutor de políticas educacionais. Dos encargos cotidianos dos gestores escolares em capitais do Brasil, retirados de Freitas (2007), podemos encontrar: promover ambientes de decisão coletiva na escola; tomar decisões sobre escola quando não há coletivo para decidir; mediar relações entre o poder local e o poder público; acompanhar a gestão dos recursos financeiros e materiais da instituição; cumprir exigências avaliativas do sistema de ensino. Em resumo, o gestor responsabiliza-se pelas ações tomadas na/para/com a escola, recebendo a dupla atribuição de personificar o Estado e prestar contas a ele em matéria de educação numa unidade escolar.
            A Constituição Federal de 1988 (Art. 206), a Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional (Art. 3, inciso VIII) e o Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Art. 2, inciso VI) preveem alguma autonomia no processo de construção de ambientes escolares democráticos a partir do exercício da gestão democrática como princípio norteador. É nestes termos que o gestor também possui alguma autonomia de decisão.
            Entretanto, as avaliações externas têm limitado a ação política e a prática pedagógica nas escolas. A autonomia dos gestores está reduzida pelo assédio que o compromisso com resultados esperados dos instrumentos avaliativos gera, obrigando-os a adotar um perfil mais pragmático e objetivo na forma de responder aos problemas na unidade escolar, como os modelos gerencialistas (OLIVEIRA et al., 2017).
            Este tipo de escola perde sua capacidade de problematizar temas importantes para seus usuários, propor diálogos e desafiar as relações de saber previamente estabelecidas (JARA, 2016), entendidas aqui como importantes fatores de qualidade para assegurar o direito à educação, principalmente de uma educação para a cidadania. Daremos continuidade ao tema asseverando a preocupação de uma unidade escolar com alguns tipos de avaliação, como constam em seu PP, seguindo então para como questões de gênero participam e poderiam ser melhor aproveitadas na criação desse documento institucional (que versa sobre a identidade da unidade escolar e seu planejamento pedagógico para uma educação de qualidade) se as pressões exercidas a partir dos resultados esperados pelas avaliações externas não preocupassem tanto os profissionais da educação, especialmente os gestores.

Gênero no Projeto Pedagógico

Para explorar nossas hipóteses utilizaremos uma versão do PP da E.M.E.F. Paulo Osório disponibilizada on-line no sítio virtual PP Online[2], mantido pela Secretaria Municipal de Campinas.  O documento em questão está caracterizado como um “Adendo do Projeto Pedagógico”, cuja redação é de 2018. Está dividido em quatro partes principais: Caracterização da Unidade Escolar e seu Entorno; Avaliação Institucional Participativa; Compromissos da Unidade Escolar; Organização Pedagógica da Unidade Escolar. Neste momento nos interessa saber como o gênero perpassa o currículo escolar para então desdobrarmos seu processo avaliativo
            Daremos início com os Compromissos da Unidade Escolar, que abre esta parte com a seguinte menção:

Os profissionais da educação de nossa escola buscam uma concepção de escola capaz de enfrentar com coragem transformadora o mundo que hoje a oprime, capaz de receber crianças, jovens e professores, nas condições em que de fato chegam, e de desenvolver com ele um trabalho eficaz e solidário, de construção coletiva de uma realidade nova. Essa escola promoverá respeito e apreço pelas diferenças sem se acovardar diante do preconceito, desenvolverá sensibilidade estética e valores éticos, sem se intimidar com a brutalidade, construirá inteligências, expandirá consciências e difundirá culturas, sem se conformar com exploração de ignorância [...] (PP).

            O gênero pode ser considerado uma dessas diferenças desde que seja compreendido também como um processo histórico de diferenciação dos corpos, para não aludirmos determinismos que se escondem na história política do gênero sob a forma da construção social evocado pelo conceito diferença (VARIKAS, 2016).
            Selecionamos alguns problemas no Plano de Ação da Unidade Escolar que poderiam estar vinculados a gênero, ainda que o documento não faça o recorte de gênero em sua formulação. Os problemas identificados pela Unidade Escolar que omitem o gênero em sua composição são:

1.      “Queda do[s] indicadores de aprendizado ao longo dos ciclos especialmente a partir do 8º ano” (PP).
2.      “Alunos com defasagem nos pré-requisitos em leitura, escrita, conceitos e operações fundamentais da matemática, que permanece após a conclusão do ciclo I” (PP).
3.      “Alunos com defasagem nos pré-requisitos em leitura, escrita, conceitos e operações fundamentais da matemática, que permanece ao longo do ciclo III e IV” (PP).

Cujos respectivos indicadores que poderiam estar relacionados a gênero são:

1.      “Diminuição do número de ocorrências geradas em sala de aula; diminuição do número de alunos fora da sala de aula” (PP).
2.      “Número de alunos com defasagem, atendidos em recuperação paralela” (PP).
3.      “Número de alunos com defasagem, atendidos em recuperação paralela, por profissional da pedagogia” (PP).

Para os problemas identificados, é benéfico desagregar o dado alunos em meninos e meninas para compreender se a defasagem é causada por questões de gênero. Sociedades estruturadas pelo sexismo[3], explica Moreno (1999), criam expectativas diferentes para meninos e meninas, encorajando-os a áreas que parecem corresponder ao seu sexo pela associação criada entre profissões masculinas (áreas duras) e profissões femininas (áreas moles). Nos resultados de Moreno (1999), as meninas costumam ser melhor avaliadas em Português do que os meninos pelos seus professores, enquanto os meninos seriam melhor avaliados em Matemática do que as meninas.
      A partir destes dados, podemos construir a hipótese de que há um maior número de meninas do que meninos compondo os problemas 2 e 3, enquanto o problema 1 possivelmente exige intervenções para ambos os gêneros, já que o problema não está relacionado a uma disciplina específica. Desagregar os indicadores por meninos e meninas é uma forma útil de perceber estas nuances para alcançar uma educação de qualidade (ROSEMBERG, 2001).
            Há problemas, entretanto, nos quais o gênero não pode se omitir tão facilmente, isto é, um problema relacionado a gênero pode estar já na identificação de um problema, como quando o PP elenca “Conflitos em que houve grande desrespeito e gestos inapropriados entre meninos e meninas entre alunos e professores, quanto ao interesse no desenvolvimento das propostas de ensino condições inapropriadas de aprendizado”, cujos indicadores são “Causa dos conflitos. Nível de agressividade e desinteresse pelos estudos” (PP).
            Gênero está planejado para ser trabalhado nas escolas a partir do tema transversal Orientação Sexual, previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais, logo, é uma proposta curricular para trabalhar sexo, gênero e sexualidade na educação[4]. Trazendo o currículo da Unidade Escolar para nosso escopo, descrito na Organização Pedagógica da Unidade Escolar, percebemos direta do gênero como componente curricular no planejamento de Danças e jogos pré-desportivos, em Educação Física para o 1º ano do período da tarde: “Realizar danças presentes na cultura comunitária com ênfase para as relações igualitárias de gênero” (PP); na descrição da metodologia de Ciências para as salas do 5º ano:

Proporcionar roda de conversa com os alunos abrindo para perguntas sobre: mudanças físicas nos meninos e nas meninas: Entrevista com especialistas sobre gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis. Discussão em grupos: preconceito e estereótipo relacionado à questão de gênero e sexualidade (PP).

            Há também outras menções, como: “Inibir qualquer forma de discriminação (sexual, gênero, etnia, habilidade e capacidade física)” (PP) na metodologia dos objetivos específicos da/s disciplinas/s no ano paro as salas do 4º e 5º ano; nos objetivos específicos da/s disciplina/s no ano das turmas do 9º ano nota-se

Identificar as relações étnico[-raciais][...] e de gênero, bem como as relações de exploração do trabalho e de dominação política e ideológica presentes no atual estágio de desenvolvimento capitalista mundial
Identificar as relações étnico[-raciais][...] e de gênero e suas influências políticas, econômicas, culturais e sociais presentes na sociedade brasileira (PP).

            É notável como o gênero não perpassa diretamente todas as disciplinas em todas as turmas, mas poderia ser trabalhado pelas palavras-chave corpo e sexualidade. A educação corporal geralmente está associada com conhecimentos espaciais, objetivos presentes na Geografia, e conhecimentos sobre suas transformações, objetivos da Ciência. O corpo, nestas duas disciplinas, sofre alterações do 1º ano para o 9º ano, pois desaparecerá na Geografia e permanecerá na Ciência conjuntamente com sexualidade, quando serão trabalhados temas como: doenças sexualmente transmissíveis, bem-estar do corpo, saúde, puberdade e suas transformações visíveis no corpo, bem como comportamentos associados às mudanças dessa fase da vida.
            Algumas atividades sugeridas para o 1º ano na disciplina de Geografia, por exemplo: desenhar o corpo numa superfície, é importante para a experimentação do próprio corpo e de outras crianças, mas esta experimentação é nítida no planejamento da disciplina de Educação Física, com os trabalhos com dança, ginástica e jogos. Com a segmentação do ensino, as disciplinas tornam-se cada vez mais intelectualizadas e o corpo perde sua espacialidade e movimentação para atividades coletivas que exigem alguma disciplina corporal, como conversas em roda.
            Objetivos presentes na disciplina de Educação Física para turmas dos 2º e 3º anos para conhecimento e controle do corpo como “levar alunos a desenvolver sua capacidade de pensar, representando corporalmente seu mundo imaginário” e “levar alunos a executar os movimentos corporais, compreendendo-os e utilizando-os de forma adequada, com segurança, equilíbrio e estética” (PP) carregam questões de gênero de forma contingente, pois está em jogo a construção de uma corporeidade interpretada pela lógica da criatividade, não pela rotina, pela repetição, pela normatização das ações.            
            Uma dessas desestabilizações às normatividades está nas discussões da disciplina de História sobre a família: árvore genealógica, composição, trabalhos com fotografias, narrativas familiares, e assim por diante. Se este é o planejamento para os anos iniciais, está previsto aos alunos do 6º ano “identificar as explicações sobre a origem do homem” (PP), sendo que o problema está na palavra homem e em como ela se repete durante a organização pedagógica dos conteúdos de História, cuja intenção é tornar a mulher implícita nesse discurso. Portanto, homem pode referir-se a homem e mulher ou apenas a homem, enquanto mulher refere-se apenas a mulher. Podemos apreender o sentido da palavra contextualmente, mas isto não deixa de conter implicações em seu uso linguístico, principalmente implicações políticas quando nos referimos ao gênero e na universalização do mundo masculino para a compreensão da realidade (MORENO, 1999).

Avaliação no Projeto Pedagógico

Em continuidade aos nossos propósitos, desenvolveremos nossa argumentação acerca da Avaliação Institucional Participativa, nela consta que um de seus doze “próximos passos a serem trilhados pelo grupo” (PP) é

As práticas corporais são reconhecidas uma dimensão do conhecimento intensamente vivenciada na EMEF Professor Vicente Ráo e portanto deve receber mais atenção no sentido de maior envolvimento de toda a equipe no planejamento, execução e avaliação de ações a ela relacionados. (PP).

            Em Análise dos indicadores internos e externos do desempenho dos alunos do Ensino Fundamental, os indicadores utilizados pela escola para análise das avaliações sobre sua unidade escolar são:

   IDEB e proficiência médias na Prova Brasil, evolução a partir de 2009 e comparativo com Estado de São Paulo e Campinas.
    Total de alunos matriculados, número médio de alunos por turma, número e proporção de reprovações por ano, número e proporção de alunos com defasagem idade/ano escolar e matrículas de acordo com a região habitada pelos alunos.
      Evolução dos conceitos e agrupamentos dos alunos ao longo dos anos letivos e ciclos de aprendizagem.
    Apontamentos feitos nos Conselhos de Ciclos e TDCs [Trabalho Docente Coletivo], sobre os problemas que têm se apresentado como barreiras a serem superados no processo de ensino aprendizado. (PP).

Gênero ainda não está visível nas avaliações, salvo por seu último item, no qual serão trabalhados os eixos temáticos da escola, sendo um deles identificado como “respeito à diversidade, não apenas quanto às etnias e culturas, mas em relação a todas as diferenças” (PP), sem termos alguma certeza se gênero está aí incluído, embora tenha sido mencionado anteriormente que “questões da sexualidade” estão previstas para o ciclo II (PP). Sabemos, todavia, que temas associados à sexualidade podem omitir questões de gênero durante seu ensino (CABALLERO, 2018). No PP, ainda sobre esses eixos temáticos, “foram apontadas áreas de necessidade de formação, dentre elas a área de formação ética, dos conteúdos das culturas afro-indígenas e da inclusão”, e gênero não participa dessa inclusão (PP).
Durante a escrita do documento, percebemos uma preocupação exacerbada com o desempenho dos alunos em língua portuguesa e matemática, bem com índice de evasão escolar. Os alunos nesta condição são destinados à sala de recursos, além de alunos com deficiência, e somente estes dois tipos de alunos estão previstos numa educação inclusiva.
Estas dificuldades da escola em atingir as metas esperadas não aparecem sem críticas à forma como o Ministério de Educação (MEC) divulga os resultados da escola: “O MEC não expõe dados de funcionamento das escolas nem das condições de acesso das famílias aos bens culturais que concorrem para alavancar o sucesso das crianças, jovens e adultos na escolarização formal” (PP), e mais adiante lê-se que a

[...] instabilidade de formação da equipe gestora e a superlotação das turmas tem sido determinantes, não apenas do planejamento das turmas de um ano para o outro, como também acompanhamento de trajetórias escolares, quanto ao aprendizado e à frequência e, em conjunto, das possibilidades de retenção ou promoção dos alunos (PP).

Para os fatores determinantes da mencionada instabilidade soma-se a “falta de professores” (PP). Nestas condições e nesses parâmetros avaliativos já podemos perceber entraves para uma educação de qualidade, sobretudo, de uma educação de gênero que existe apenas contingentemente nas palavras corpo, sexualidade, diversidade, diferença e que compete com as habilidades em leitura, escrita e as habilidades matemáticas esperadas pelas avaliações que compõe o Ideb e sobre as quais essa unidade escolar dedica tanto esforço e reconhecimento em seu PP.

Reflexões

            Em nossa exposição, pretendemos demonstrar como o gênero participa ativamente do currículo escolar segundo a categoria corpo (ou mesmo por outras palavras), apesar de sofrer invisibilidades, cujas verdadeiras razões nos são desconhecidas. Apostamos na participação das avaliações externas para essa ausência da educação de gênero no PP da unidade escolar por nós escolhida. A avaliação externa não é necessária para ocultar a educação de gênero, mas também não colabora para a construção de instrumentos avaliativos que deem conta desta dimensão, ao menos neste breve caso que ilustra a generalidade da ineficiência de medir qualidades a partir das dimensões quantitativas, crítica feita por pesquisas que apontam o viés da produtividade nas avaliações, para não dizer na produtividade dos corpos (FREITAS, 2007; OLIVEIRA et al., 2017; ROSEMBERG, 2001).
Uma das características de todo currículo, bem como todo PP, é permanecer exato quando seus formuladores são impermanentes, o que dificulta uma análise mais precisa sobre os impactos desse PP sobre a unidade escolar. O que está em questão aqui, em todo caso, é se a educação de gênero participa do cotidiano da escola e se os instrumentos avaliativos permitem que os corpos sejam estranhados diariamente. Com isto insinuamos que as políticas educacionais não estão afastadas das questões de gênero, pelo contrário, mantém proximidades e apresentam-se como forças sobre as políticas escolares, influenciando seus currículos, seus executores e o público dessas políticas (CABALLERO, 2018).
O trabalho pedagógico orientado para novos saberes ou saberes-ainda-não-ditos é uma prática subversiva à heteronormatividade. Quando a norma revela-se uma tentativa de controle sobre o corpo para torná-lo sexuado, devemos estranhar o currículo, como propõe Louro (2012), desconfiar dele, propor novas configurações, deslocá-lo, movimentá-lo, atormentá-lo se preciso. Junto disto queremos estranhar também as avaliações sobre esse currículo. Se uma educação compromete-se com as diferenças e diz-se contra o preconceito, fazendo disto sua prática política, provavelmente as versões posteriores apresentarão mudanças neste sentido caso consiga revoltar-se contra as avaliações externas, essas que transformam o devir-ser num dever-ser.

Referência
FREITAS, Dirce Nei. Avaliação e gestão democrática na regulação da educação básica brasileira: uma relação a avaliar. Educação e Sociedade, vol. 28, n. 99, p. 501-521, maio/ago. 2007.
HOFLING, Eloísa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. In: Cadernos CEDES, vol.21, n.55, p.30-41, 2001.
JARA, Oscar. O desafio e a paixão de aprender no âmbito da arte de educar, inspirado no texto de Paulo Freire. In: SPIGOLON, N.; CAMPOS, C. B.G. (Org.) Círculos de Cultura: teorias, práticas e práxis. Curitiba: CRV, 2016.
LOURO, Guacira Lopes. Os Estudos Queer e a educação no Brasil: articulações, tensões, resistências. Contemporânea, v.2, p.363-369, 2012.
MORENO, Montserrat. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. São Paulo: Moderna; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1999.
OLIVEIRA, Dalila Andrade; DUARTE, Alexandre William Barbosa; CLEMENTINO, Ana Maria. A Nova Gestão Pública no contexto escolar e os dilemas dos(as) diretores(as) RBPAE, v. 33, n. 3, p. 707 - 726, set./dez. 2017.
ROSEMBERG, Fúlvia. Políticas educacionais e gênero: um balanço dos anos 1990. Cadernos Pagu, n.16, p.151-197, 2001.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n.2, p. 71-99, jul.-dez., 1995.
VARIKAS, Eleni. Pensar o sexo e o gênero. Tradução: Paulo Sérgio de Souza Jr. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016.




[1] Nome fictício utilizado para preservar o anonimato da escola.
[2] O último acesso ao PP por nós analisado foi realizado no dia 01/07/2018. Outros PPs podem ser encontrados em PP Online
[3] O sexismo cria um problema quando acompanhado de perto pelos Estudos Queer, pois ao descrever as desigualdades entre os sexos pode naturalizá-los, quando deveriam ser compreendidos como ficções. Scott (1994, p.93) resolve esta questão considerando homens e mulheres como “categoriais vazias e transbordantes”, são representações sócio-históricas passíveis de interpretação mais do que fatos da natureza.
[4] Adiantamos que sexo, gênero e sexualidade estão presentes neste documento, bem como em outras políticas educacionais, como um significante vazio ao tratar estas três palavras como sinônimos ou termos intercambiáveis quando não o são. Estas propriedades das relações de gênero nas políticas educacionais do Brasil foram trabalhadas com maiores detalhes em outro trabalho (não publicado), destinado à disciplina ED117-A Política e Legislação Educacional Brasileira, ministrada pelo Prof. Dr. Luis Enrique Aguilar, e leva o título Das políticas hegemônicas às políticas nacionais: Uma análise das ambivalências, omissões e desaparecimento do gênero nas políticas educacionais no Brasil (2018).

Nenhum comentário:

Postar um comentário