Imagine que numa roda de amigos, à noite, em meio a uma confraternização,
estejam todos conversando despreocupados e de forma totalmente
descompromissada. Surge um tema, há risadas, piadas incitam uma atmosfera
divertida, faz-se uma pergunta, responde-se a pergunta, troca-se o tema, novas
pessoas chegam à festa, amigos saem da roda, amigos entram na roda, outras
rodas paralelas coexistem com esta repetindo esta unidade costumeira.
Neste clima
surge um conflito de ideias entre a conotação da música Malandramente, de Dennis DJ em conjunto com os Mc’s Nandinho e Nego
Bam: qual a representação da mulher nesta música. Para as mulheres parecia
claro que não se tratava de nenhum elogio à mulher, era explícito o machismo na
letra. Para os homens a letra não fazia alusão a nada senão à esperteza da
mulher, ou ainda, sua astúcia de tentar enganar o homem, pois ela se envolve malandramente.
É
compreensível que os homens demorem a compreender sua posição de poder e a
escala de privilégios que possuem com relação ao seu sexo e a sua
masculinidade, principalmente quando a discussão gira em torno de ser malandro, um atributo que poderia
pertencer a qualquer pessoa independentemente de seu sexo: as pessoas podem ser
malandras. O porém está na correlação mítica entre o homem malandro e a mulher
malandra: o primeiro é parabenizado pela sua malandragem, pois é a
malandragem no homem que garante o acúmulo de capital simbólico e infla sua
masculinidade, tornando-o exemplar diante daqueles que reconhecem esta
qualidade; o segundo refere-se a mulher sensual, hipnotizadora, feiticeira, a sereia
cujo canto ludibria o ouvinte, ela se utiliza de uma magia malandra para enganar o homem e seduzi-lo.
No mito
comum, as mulheres sedutoras apresentam tanto perigo quanto Eva para Adão no
Paraíso, por isso elas acabam encerradas em casas: para serem domesticadas.
Isto implica numa naturalização dos mitos no dia-a-dia, a mesma natureza que
atribui à passividade, fragilidade, beleza e pureza como atributos de uma
mulher digna, em contrapartida da atividade, solidez, força e virilidade como
indicadores de um homem a ser respeitado.
De todas as
mulheres na roda, é somente uma que insiste na presença de machismo na letra,
principalmente sobre o emprego da palavra malandramente.
Em tantos homens que negavam a existência de qualquer depreciação ou valor social
na letra, um homem que não estava na roda junta-se aos demais amigos e alfineta
a discussão dizendo “ele [o cantor] não chama ela de safada?”.
Falou-se em
mitos. Negou-se a formação cultural, aparentemente distante para recair sobre a
música. Afirmou-se a formação de discurso do sexo homem sobre o sexo mulher.
Surgiram dúvidas. Apareceu a existência do plano de igualdades entre sexos.
Seguiu-se uma refutação deste. A fatalidade de formar-se socialmente e não
escolher os atributos que desejamos pensar, falar ou ouvir. Recorreu-se a
discurso de autoridade por um diplomade alguém na roda que deveria encerrar a
discussão naquele momento: mentira socializada sobre eficácia e competência dos
saberes escolarizados. Recorreu-se a subjetividade: “todos pensaremos algo diferente sobre o tema, sendo impossível chegar
numa conclusão, cada um pode ter sua opinião”. Questionamento: “Você diria para uma mulher que ela precisa
levar uma madeirada?”. Resposta: “Claro
que não, mas o contexto dele [do músico] é diferente”. “Infelizmente vivemos num mundo machista,
mas...”. “Não te parece estranho que
os homens não vejam nada na música e as mulheres percebam algo?”. “Tenho amigas que não se incomodam com a
música”. Descompasso. Desperdício.
Toda a peça
caminha para uma inconclusão. Ao fim temos muitos ouvintes (incluindo aqueles
que defendiam a ausência de machismo na música), um homem defendendo a ausência
de machismo na letra da música, um homem e uma mulher defendendo a presença de
machismo na letra da música.
Encerramento:
todos continuam com suas opiniões, a
diferença está na percepção que temos sobre nossos amigos. De qual posição
social expressam seus interesses, que capital simbólico carregam, como está
constituída sua formação de identidade, como reconhecem sua linguagem, como
significam as palavras, a importância que a divisão sexual possui em suas vidas.
É sobre estes preceitos que se constrói a aclamada opinião, derrubada apenas por uma boa dose de contraste, de
desnaturalização, de autoanalisar-se, de conseguir enxergar o poder das
palavras, de comunicar-se com o prestígio que o sexo traz, de fazer ver o
invisível, de acabar com o mito da malandragem. Ainda que tudo isto acabe
apenas no campo da percepção, da intuição e mesmo da dúvida, serão estas
impressões inexatas que formaram narrativas nossas com esses amigos.
Esta não é
uma história de opinião, é uma história de ideologia, mais precisamente,
ideologias. Poderíamos em poucas palavras objetiva-las nos conceitos de
machismo (discurso de poder que afirma de forma não explícita a predominância
do universo masculino sobre o feminino) e feminismo (contradiscurso que adverte
sobre a existência de uma soberania masculina num universo que poderia ser
formado sem divisão ou hierarquização dos sexos num panorama geral). Não se
trata de saber quem está certo ou errado, mas de assumir responsabilidade
ética, de escolher a melhor forma de agir, ter uma conduta que beneficie a
todos.
Os fatos
que se omitem acerca da performance de cada um desses amigos é a seguinte: se é
consenso entre a maioria do grupo que não existe machismo na letra da música Malandramente, não há porque eles se
sentirem envergonhados por expressarem suas defesas a música. Toco aqui no
funcionamento da expressão pública desse capital simbólico: se minha crítica é aceita pelo grupo de
pertencimento, não há porque eu duvidar do que eu penso, mesmo que isto
signifique a continuação da ideologia dominante subterrânea na consciência
deste defensor. Até porque esta é uma postura que reafirma todas as atitudes
que este sujeito adotou para serem mantidas no seu campo social, visto que a
longa discussão permitiu aos amigos perceberem-se como agentes no campo.
Uma atitude
demasiado masculina num debate tende a preservar sua imagem diante dos outros.
É menos um conflito e mais um confronto: põe em risco sua imagem pública, a
mesma que constrói sua honra – medalha conquistada pela aprovação de outras
presenças masculinas já imersas no universo dominante ou identidades femininas
que legitimem a posição dominante do masculino por conhecerem as regras deste
jogo tão bem quanto eles, assim, assumem suas posições simbólicas numa arena de
combate onde a masculinidade predomina sobre o feminino.
Se é
permitido que o macho seja malandro, é porque entende-se que a safada tem que levar madeirada quando
ele queira. Colocar-se numa posição feminista, de fazer com que um amigo veja a
bestialidade masculina, é expressar a falta de reciprocidade da madeirada. O homem dá a madeirada, a mulher se
envolve, e ainda por cima é ingênua
por pensar que pode recusar a madeirada.
Chega a ser desnecessário traduzir a
madeirada como o falo, a força, o peso, o impacto, a dureza, a invasão, a
opressão, a imposição que ele significa. Quando um homem quer, a mulher cede, o
contrário diminui o capital simbólico do homem, transforma-o num cachorro com
coleira, em alguém mole, os amigos logo perguntam “vai deixar ela mandar em você?”, “seja homem e tome iniciativa! Ninguém decide por você!”.
E não estaria melhor se a mulher
pudesse dar a madeirada no homem,
pois os papeis se invertem. O velho dominante torna-se dominado e, por sua vez,
o dominado dominante. E a lógica machista persiste, uma vez que as mulheres
dispõem dos antigos atributos masculinos para submeter o homem, pois nada poderiam
fazer com leveza, suavidade, docilidade e imanência. A dominação resolve-se no
poder, na imposição, na força, nos músculos e, principalmente, na madeirada. Quem dá a madeirada, manda,
quem é madeirado, obedece.
O machismo está tanto na mulher
que possui o dom da cozinha e da faxina quanto do homem que possui o dom da
direção de automóveis e da troca de chuveiro; além do que, o machismo só é
constituído como tal quando se apaga o discurso da mulher e seus saberes para
que os homens criem seus próprios discursos sobre a mulher e sobre os saberes
que lhes são comuns. O feminismo está na ausência de dons, realocando-os para
as habilidades humanas, podendo ser aprendidas por qualquer pessoa, restaurando
um discurso de experiência.
A ação de evidenciar o machismo
torna-se chato e desconfortável para uma roda de amigos. Todos estão lá para se
divertir, para rir, compartilhar histórias do cotidiano, falar da universidade,
do trabalho, dos amores, das baladas, dos bares. Mas é preciso somente uma
denúncia para que todos fiquem atentos. Já é de conhecimento de todos nesse
meio que machismo é um crime, não há de que se orgulhar. Resta apenas
explicar-se, desculpar-se ou defender-se, sendo a negação seu melhor mecanismo.
Na defesa não há qualquer motivos para a vergonha, visto que a maioria presente
compartilha um capital simbólico bem parecido. Como fica a minoria de
desajustados que se utilizam da crítica feminista?
A dificuldade em falar sobre
machismo é que a conversa toma um curso pessoal, onde as atitudes apontadas
como machistas são vistas como desqualificação do próprio machista, sem que ele
perceba que o é. Na roda, a mulher sabe que sua posição é coerente com aquilo
que viveu e aprendeu de suas experiências (seja com assédios clandestinos,
rodas de conversa sobre a mulher, ajudando uma amiga a superar um episódio
trágico em sua formação como mulher, pais lhes perguntado sobre um casamento,
pessoas desconhecidas julgando suas roupas com o olhar, o dia em que percebeu
que ela tornou-se mulher), embora o insucesso com fazer os amigos perceberem o
mundo feminino seja tortuoso em decorrência de falácias que os outros amigos
apontam e que às vezes são difíceis de refutar (como demonstrar que as palavras
possuem conotações e não apenas denotações, extinguir um plano de igualdade
entre os sexos no século XXI, ter todo o cuidado para não insinuar que seu
amigo é machista e está sendo dominado por ideias que ele não percebe que estão
lá – o que poderia irritá-lo e levá-lo a negar a afirmação).
Por outro lado, o homem na roda junto da
mulher também compreende sua posição nesta rede de saberes. Entende como é
glorioso informar seus amigos mais próximos sobre seus sucessos carnais e como
levou/leva a mulher à volúpia. Entende como é engrandecedor chamar sua namorada
primeiramente pelo título de namorada, seguido ou não do nome. Entende como é
estupendo comentar sobre a carne das mulheres que passam e como se deitariam
sobre elas. Entende como o pênis não é apenas parte de seu corpo, é um corpo a
parte, requer uso frequente, sendo recompensado com aplausos quando o sêmen é
bem utilizado, no sentido de ser dirigido a outro corpo, não sendo desperdiçado
na solidão dos prazeres descompromissados da masturbação. Entende que ser homem
implica em não ser mulherzinha ou viadinho. Entende que ser homem não é
nenhuma opressão como dizem os feminismos por aí, ser homem é maravilhoso,
provavelmente teria percebido qualquer conduta inadequada se fosse algo tão
horrível como comentam.
Não é a masculinidade que se
torna imperceptível, são alguns de seus efeitos. É mais do que obrigatório,
para o campo simbólico, que os homens reconheçam a masculinidade uns dos outros
e que avaliem os comportamentos morais de cada um, que julguem os efeitos de
cada agente. O homem demasiado masculino não percebe sua agressividade, ela lhe
parece tão natural quanto a docilidade para a mulher. Quando alguém desperta
sua pulsão sexual, será esperado que ele não desista até cansar-se, pois algo lhe diz que ela quer, mesmo que uma
ilusão inconvenientemente firme. Se a chama de puta, vaca, vadia, piranha, safada e não lhe
parece estranho que haja tantos nomes mórbidos para referir-se a mulher e quase
nenhum correspondente para o homem, arranjara alguma desculpa criativa para
acobertar esta linguagem. Escutando Malandramente
e não percebendo a malandragem da
música, dará voltas para proteger seu capital simbólico e sua posição social
numa arena em que jogam outros jogadores prontos para ocupar uma posição
melhor.
É este homem na roda, incerto de
como agir, que não quer prejudicar seus amigos (ou suas posições), e nem
jogar-se num campo de masculinidade fétida, se pergunta se deveria ter agido
como agiu, se deveria realmente ter questionado, qual teria sido o melhor jeito
de questionar, se mesmo terminado a discussão deveria prosseguir com material
visual para seus amigos, como ficaria sua imagem daqui para frente: seria
rejeitado, tolerado, haveria ressentimentos? Quando não consegue dormir por
juntar todas essas dúvidas e temores, pergunta-se se realmente quer ser homem
num mundo masculino; será impelido ao escrutínio de outros homens; deverá rir
de piadas que exigem a familiaridade com esse capital simbólico que ele carrega
e tem por finalidade difundir-se; se poderá recorrer a uma estética diferente
sem que isso gere cochichos e comentários embaraçosos dos outros sobre si (por
mais que digam ser uma piada).
Malandramente não é apenas uma música com uma letra qualquer, ela
simboliza todo o esquema da dominação de um sexo sobre o outro, resgatando os
comportamentos socialmente naturalizados, de conotação eterna que devem ter. Se
a dita menina inocente apresenta um comportamento sedutor e faz cara de carente, ainda que esteja só curtindo, é hora de tomar
a madeirada. Mas é safada no
momento em que meteu o pé pra casa e
mandou um recadinho que diz: Nós se
vê por aí! É como se a menina
inocente devesse conhecer a regra não
meterás o pé pra casa se for tomar madeirada, seu maior crime foi ser safada, se tivesse cumprido a regra
receberia um nome menos vulgar.
A mulher e
o homem da história, ao perceberem o sentido escamoteado na linguagem, percebem
que a ideologia é formadora de pensamento, ações e ideias, sendo que seu bom
funcionamento se deve ao seu desconhecimento. O machismo resiste porque ninguém
se diz machista, porque o mundo fora de mim é machista, não eu. Eu me faço
implacável. Eu sou inatingível. Eu escolho quem quero ser. Basta estabelecer
uma imposição a mim mesmo, como não serei
machista, e isto bastará. Desta forma, torna-se facilmente dominado, pois
não submete ao pensamento uma atividade reflexiva; não lhe passa pela cabeça
que pode ser uma consciência contraditória: um dominado que luta contra a
dominação na medida em que ela lhe parece menos um prestígio e mais um incômodo
em sua imagem de si. As pessoas escolhem o que querem ser na medida em que
possui consciência de si, consciência essa que é devir e deve sempre estar num
eterno processo de autorreflexão.
Não é
porque a mulher e homem na história estão cientes de uma ideologia que se
conhecem perfeitamente e já escolheram todas as diferenças que querem carregar
consigo para o campo social, resistindo ao jogo e aos supostos privilégios que
lá podem encontrar. A ideologia não cessa por acha-la, ela é o próprio corpo de
quem possui ideias, pode inclusive fazer parte do pensamento reflexivo, dessa
autoconsciência.
Admitir a
possibilidade do erro é crucial. O erro se resolve muito menos com
discriminação de sua qualidade errática do que recorrendo a uma reavaliação de
si mesmo enquanto avalia os critérios que utiliza para conhecer-se. O erro não
é um homem masculino, mas um homem masculino que ignora e reduz o sentido de
uma música a umas tantas palavras de significado definido, uma harmonia e uma
ritmo, esquecendo-se de sua complexidade; o erro nunca desaparece e acompanha o
pensamento aonde quer que vá, uma vez que inexiste uma ideologia pura. O erro
acompanha, inclusive, aqueles que falam sobre o erro e descortinam uma
racionalização do machismo, dando espaço a uma racionalidade ciente de suas
ilusões, embora sem saber onde se escondem esses fantasmas.
Apontar o
machismo entre amigos só é visto como chatice
porque todos nos pensamos desconstruídos e esquecemos que nossos habitus são construções sociais,
culturais, ideológicas. Formamo-nos formando e sendo formados, tudo ao mesmo
tempo, sem ordem para acontecer ou hora para acabar. Se não aponto o erro tanto
para o feminismo como para o machismo é porque não há nada de benéfico neste último
conjunto de práticas e saberes: são pessoas em enfrentamentos simbólicos por
curtos momentos de satisfação e aceitação, sempre temendo tomar madeirada.
É a chatice do feminismo que vê numa música
a desigualdade entre os sexos, e é essa chatice
que queremos para vivermos mais harmoniosamente, mesmo que tenhamos que sofrer
o olhar inquisidor de amigos para que numa descoberta de si desses mesmos
amigos, proporcionada pelo choque de discursos, o poder seja vertido em
diálogo. Parece-me, também, que há dois problemas fundamentais para alcançar
tais objetivos: os conhecimentos que o homem e a mulher possuem de seus corpos
são cindidos pela experiência, como o conforto do homem com seu próprio corpo
bloquear algo de sua compreensão sobre o corpo-carne amaldiçoado da mulher; por
não viver como mulher, o homem não conhece as sutilezas do poder masculino
sobre o corpo feminino, mas do poder masculino sobre seu próprio corpo, e só
terá experiências desagradáveis se for contra esse poder, já a mulher está
sujeita às experiências desagradáveis mesmo seguindo a tradição (como no sexo,
quando se diz que tornasse frígida a mulher que sofre uma penetração violenta,
ou em locais públicos, quando sente estar sendo perseguida, ou da própria
natureza histérica da mulher, como se a histeria fosse particular das
mulheres). Em todo caso, a mulher da história parece determinada em seguir os
projetos que criou para si sobre sua liberdade, ainda que deva passar por
angústias e crises existenciais. O conhecimento impede o retorno à ignorância.
Saber onde reside o erro impede que ele se torne invisível novamente. Já ambos
os homem da história podem se preocupar a tal ponto que se sintam fazendo
tantos sacrifícios que se veem sacrificados, perguntar-se-ão se possuem tantos
erros assim, se deveriam sofrer tanto e receber tantos sermões, advertências,
olhares de espanto, viver na desaprovação e numa reforma tão árdua do próprio
pensamento que é capaz não se reconhecerem depois. Têm medo de ser livres dos
caprichos do mundo masculino, pois a liberdade é angustiante, ela pede que
sejam feitas coisas diferentes do que se fazia antes, que haja uma nova rotina,
novas relações, nova consciência. Sem contar o poder que a masculinidade
inscreve.
Viver sem poder deve ser
angustiante.
Será que é por viver na angústia
de seu próprio sexo que são as mulheres e não os homens quem puxam o carro
chefe da desconstrução?
Referências:
BOURDIEU, Pierre. A
Dominação Masculina. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2003.
CHAUÍ, Marilena. Ideologia e Educação. Educ. Pesqui. vol.42 no1, São Paulo jan./mar. 2016.
MORIN, Edgar. Os sete
saberes necessários para a educação do futuro. 2ª Ed. São Paulo : Cortez ;
Brasília, DF : UNESCO, 2000.
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